A programação infantil na televisão aberta está definitivamente morta. Pelo menos na faixa matinal, onde programas como a “TV Globinho” reinavam até o começo da década passada. Por faturamento, a maior emissora do país jogou no lixo esse projeto, que além de tudo, tinha prejuízo financeiro e por isso não pode mais retornar.
O fim da passagem de Fátima Bernardes pela faixa matinal depois de dez anos, fez crescer em adultos órfãos desse conteúdo, o desejo de que o programa retornasse ao ar. Mas, pela lei atual, nenhuma ação de merchandising pode ocorrer, o que inviabiliza financeiramente esse tipo de programa em rede aberta.
Até mesmo o arcaico Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) viu que não era possível manter no ar um programa que rondava o traço e não gerava nenhum retorno financeiro. A situação de audiência do circo eletrônico “Primeiro Impacto” é muito similar, mas empresas de complexos vitamínicos e auxiliares de ereção garantem faturamento, ainda que residual ao telejornal popular.
O conteúdo infantil em rede aberta morreu. Quem percebeu isso a mais tempo, com o lançamento do “Hoje Em Dia”, sofre atualmente com o comodismo de um formato lento, preguiçoso e dependente de reprises.
Nesta segunda-feira (04), a Globo lança uma nova grade: Manoel Soares, Patrícia Poeta e Ana Maria Braga ganham novos horários e cobrem a faixa de 09h30 às 11h45, tempo que a Record TV destinava ao seu produto matinal de entretenimento no auge de sucesso e faturamento: “Encontro” terá uma vida mais simples, mas Braga vai precisar lutar contra informativos locais Brasil afora.
E não, marmanjo de 30 anos, a sua preciosa “TV Globinho” jamais vai retornar. Como a maior emissora do país, Globo privilegia o faturamento, ainda que esses números caiam vertiginosamente com Poeta, ela ainda é mais rentável do que os desenhos de maior sucesso dos anos 2000.