A novela “Todas As Flores” sai de cena como um dos maiores sucessos do ano no horário nobre da Globo. Segunda produção original do Globo Play, a história de João Emanuel Carneiro se despede com 16,7 pontos de média geral e sustentando um share honesto nos dias em que foi ao ar. A trama foi colocada no ar para frear “A Fazenda 15” e conseguiu com louvor.
O folhetim teve erros de condução, entre eles transformar a protagonista de forma desnecessária. No começo, o tipo defendido por Sophie Charlotte era cego e no meio da novela ela começa a enxergar para concluir a vingança contra as vilãs.
A abordagem foi em demasiado equivocada, porque quis dizer que enquanto uma Pessoa Com Deficiência (PCD), ela não poderia se vingar de fato. Neste assunto, a única abordagem real foi feita em “Vitória” (2014), com a personagem de Bruno Ferrari. Do começo ao fim, Artur usou uma cadeira de rodas e ele não precisou de uma cura para demonstrar seu desprezo por Gregório (Antônio Grassi), por exemplo. A abordagem de Cristiane Fridmann foi das mais realistas.
Além disso, a redenção da protagonista masculina sequer passou por essa ideia preguiçosa, foi uma mudança interna e baseada no amor que ele sentia por Diana (Thais Melchior).
O folhetim da Globo pode ter alcançado mais pessoas, porém a forma com que se abordou uma deficiência foi das mais problemáticas. Entretanto, a estratégia de grudar a história no enredo das nove deu certo e a novela sai do ar como um sucesso. A volta de João Emanuel Carneiro para a faixa das nove está marcada para o segundo semestre do próximo ano, em lugar da releitura feita por Bruno Luperi da novela “Renascer” (1993).