A chamada desse texto é mais pesada, porque a emissora paulista parece gostar de andar em círculos com suas produções infantis. A síndrome em questão é do comodismo, de não sair de uma mesma receita de bolo, que já virou sola de sapato há muito tempo.
O horário nobre do SBT passa do jornalismo tradicional de bancada, para a dramaturgia infantil em dois horários e depois ao programa popular de Carlos Roberto Massa, popularmente conhecido como Ratinho.
Enquanto a rede controlada pelos Abravanel viver em um ciclo vicioso, vai agradar apenas uma bolha na internet. Os problemas vistos em “Poliana”, “Poliana Moça” e “Romeu E Julieta” começam a afetar o novo produto, que jamais venceu a concorrente ou sequer abriu uma janela de intervalo comercial.
A baixa audiência pode começar a afetar o rendimento do elenco, isso porque baixos números desmotivam profissionais envolvidos em projetos como esses, concebidos para tirar a emissora de uma crise crônica nessa faixa.
O espaço está com produções do universo infantil desde 2012 e essa seria uma hora interessante de virada, investindo em autores de fora para trazer um público diferente, que vá além do nicho consumidor dos produtos derivados como cadernos, jogos ou livros colecionáveis com imagens autocolantes do elenco.
A preguiça de fazer um grande investimento afeta as principais desafiantes de mercado, uma delas parada no começo da década passada. A outra, por mais que tenha agora uma produção turca, chega a produzir remakes de histórias já adaptadas por eles em outros momentos.
Quem perde com isso é o mercado, nesse caso “A Caverna Encantada” não vai explodir de uma hora para a outra. O enredo com Miguel Coelho e Luiza Tomé não daria certo, nessas bases, nem se fosse exibido pela Globo. Quem agrada a um nicho esquece do todo e paga por um erro contínuo. No caso da Anhanguera, essas falhas persistem há doze anos, porque viram dar certo em um momento e transformaram mesmo em receita de bolo.
Na concorrente, com um produto enlatado no mesmo horário, já há duas janelas de comercial. Enquanto que o novo enredo infantil fica restrito ao canal aberto e uma plataforma de streaming, que abriu suas portas para abrigar o enredo. Após romper com o Prime Vídeo, o SBT recorreu ao Grupo Disney. Caso uma virada de história aconteça apenas na segunda fase, prometida para o capítulo 55, pode ser tarde demais e essa trama ter o mesmo destino das antecessoras.