O jornalismo nunca foi prioridade pelos lados da Anhanguera, mas a sua utilização nas madrugadas sempre rendeu excelentes frutos ao SBT. Desde formar nomes como Daniel Adjuto e Cassius Zeilmann, acostumando o público da rede aos seus rostos, ao momento de forçar a líder de audiência a criar um informativo na madrugada. Essa foi a fase do “SBT Notícias”, que liderava e colocava pânico no Jardim Botânico e em Curicica, sedes da Globo no seu quintal de casa.
A releitura disso, estreada em janeiro passado, nunca foi um fenômeno de público. Mas, fazia com que o canal não perdesse para as concorrentes diretas, seja para as produções da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), ou para a recém estruturada faixa da Band.
Marcelo Casagrande e seu time foram substituídos pela limitrofe “Sessão Madrugada”, com reprises de conteúdos jovens e o eterno “Notícias Impressionantes”. Mas, essa alteração não durou duas semanas. O telejornal regressou e logo se impôs. Na estreia, conseguiu 1,3 ponto de média. Número mais do que suficiente para vencer as pregações da legenda de Edir Macedo e superar ainda os conteúdos exibidos pela Band.
Que a emissora tire isso como lição e jamais volte a subestimar o poder do jornalismo ao vivo. Ainda mais em uma faixa onde a concorrente direta vive em coma profundo, com programação terceirizada. Os investimentos nesse horário, há dez anos, fizeram com que a Globo criasse e depois ampliasse o espaço do “Hora Um”, por exemplo. Agora, quem precisa acordar para a realidade é a RECORD, que “acorda” uma hora depois da líder.
