A Globo vive um problema e tanto com a reprise da novela “Paraíso Tropical”, que tem sua primeira chance na faixa vespertina depois de quase duas décadas de produção. O enredo assinado por Gilberto Braga enfrenta uma série de problemas, isso porque além de entrar no ar em fim de ano e pegar as festas em cheio, onde geralmente o número de televisores ligados é menor, a produção não tem vizinhança convidativa.
O conto sucede as reprises enfadonhas, desafortunadas e problemáticas da “Sessão da Tarde”. A faixa de cinema não se reergue nem mesmo com a escolha de três longas inéditos por mês, prática recente da direção do canal, para tentar fazer uma linha mais próxima dos grandes sucessos que a emissora coloca em sua sessão dupla de novelas, mas nem assim o algoritmo sai do desconforto.
Aliado a isso, a edição mais compromete o entendimento do que ajuda. O jornalista e repórter Rafael Nunes costuma fazer os balanços e ele mostra diariamente, a rede carioca passou a condensar o folhetim, que deve chegar ao fim de maneira precoce, junto do primeiro trimestre de 2024. A história que tem Glória Pires em um papel de destaque soma apenas 11,54 pontos de média geral e já foi ameaçada em alguns momentos pelo jornalismo popular da Record.
Para se ter uma ideia, a quarta passagem de “Mulheres de Areia” entra em uma fase mais aguda e supera quase que diariamente os dramas urbanos levados ao ar no fim de tarde. O público que acompanhava “Mulheres Apaixonadas” (2003), simplesmente desligou a televisão.