A audiência da Record TV é super linear, não ultrapassa muito a casa dos seis pontos, ou fica abaixo dos quatro nos dias em que mais interessa para a disputa pela vice liderança. O momento de inércia ocorre quando a emissora não faz grandes investimentos, de fato, no departamento responsável por colocar ela no radar da Globo.
Com média-ano na casa dos 5,03 pontos entre janeiro e agosto, nenhum produto chega a se destacar a ponto de brigar de fato com a Globo por grande tempo. A dramaturgia nichada complica as contas do canal, que explora as sagradas escrituras em todos os seus espaços de dramaturgia, por exemplo. O jornalismo tem feito um trabalho bem mais equilibrado do que em outros tempos.
Na linha de shows, o maior destaque atual é “Quilos Mortais”, transmitido nas noites de sexta-feira. Mas, com o fim desse formato todas as atenções estarão voltadas para “A Fazenda”, anunciada como o produto mais relevante do semestre e que vai pautar programas como o “Hoje Em Dia” e o semanal de auditório liderado por Rodrigo Alcazar Faro. Nesses três meses, se o público comprar a ideia de Galisteu e seus pares, a rede pode se aproximar dos sete pontos entre setembro e dezembro, quando termina o formato.
Por enquanto, a emissora fala com uma bolha, apenas. A bolha que entrega para a novela inédita e de maior investimento da grade 7,0 pontos quando vai muito bem. Sim, os tempos são outros, mas quando ainda não havia intromissão da Igreja Universal nos enredos, as estreias eram rodeadas de expectativa e até “Máscaras” (2012), a emissora viveu seus momentos mais gloriosos das últimas décadas.
Para efeitos de comparação, nos primeiros oito meses do ano a primeira colocada soma 13,6 pontos de média e o projeto terceiro colocado marca 3,86 pontos de média anual.