A novela “Quatro Por Quatro” (1994) chega ao fim pra mim. Incentivado pelo meu querido amigo Sebastião Pereira, iniciei uma série de textos sobre a história, na medida em que o folhetim se desenvolvia por aqui. O fim me surpreende, porque ao rever treze anos depois eu já não lembrava de uma série de coisas. Carlos Lombardi entra uma comédia pura, rasgada e sem grandes problemas no desenvolvimento.
O enredo tem história fluída, mesmo com 233 capítulos. Um erro grande foi o blackface com a personagem Auxiliadora (Elizabeth Savalla) em um dos pontos onde Auxi precisou fugir para o morro onde Tereza (Neuza Borges) morava. A história roda, por mais de um ano, em uma série de questões importantes e termina com o quarteto na cadeia. Esse recurso foi bem usado, mas eu não teria feito assim.
Destaco ainda as atuações de Cristiana Oliveira, que saiu de uma novela traumática e cheia de simbolismos, para cair de cabeça em um pastelão. Oliveira se doou ao último nível na comédia, numa dobradinha sensacional com Humberto Martins repetida três anos depois em “Corpo Dourado” (1998), também na faixa das sete.
Betty Lago e Letícia Spiller são acontecimentos da natureza, que precisariam de pelo menos quatro textos para especificar o tamanho delas na história da produção. Ambas marcam muito bem quando agem em polos opostos de atenção. Líderes natas, elas popularizaram marcas, expressões e modos de viver com as personagens criadas por Lombardi.
Bete Mendes, Marcos Paulo, Helena Ranaldi, Eduardo Caldas, Tatyane Goulart. São tantos nomes bons, que desempenharam a ideia e compraram o barulho do enredo, que posso cometer injustiças.
Terminar a novela com as protagonistas na cadeia, em que pese tudo o que foi construído me parece injusto. Há que se dizer, que o enredo como um todo foi muito bem tecido, costurado. Mas, chega ao fim com um gancho que não foi cumprido. Esse universo merecia ser completo, fechado. Uma ponta fica solta, infelizmente.