“Praça No Ar” pode retornar em todo o país?

O jornalismo local qualificado pode ser usado como uma importante arma na briga por audiência na faixa matinal, por isso pelo menos quatro emissoras da rede liderada pela Record TV não usam o padrão imposto por São Paulo com uma versão matinal do “Balanço Geral”. A exibição do “Praça No Ar” pode ser acompanhada em Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais tem como representantes a marca criada pela cabeça de rede no ano de 2003. 

A ideia de criar o “Balanço Geral | Manhã” veio depois de uma sucessão de derrotas para o “Primeiro Impacto” e trocas de comando nos últimos cinco anos nas suas marcas matinais locais. Em São Paulo, o insucesso de André Azeredo foi suficiente para decretar o fim de uma marca que tinha quase duas décadas de tradição.

Brasil adentro, entretanto, Manuela Queiroz, Neila Medeiros e Wagner Montes Filho são exemplos de jornalistas que apresentam o formato do “Praça No Ar”. Em Santa Catarina, Marta Gomes e Lucas Leal conduzem o informativo local que entrega para a faixa nacional.

O mercado publicitário parece ser contra uma versão matinal do “Balanço Geral”, mas ainda assim em São Paulo, Eleandro Passaia consegue vencer o combalido formato popular de sua concorrente direta na faixa. O apresentador, entretanto, tem muito mais a forma de conduzir de um informativo mais aberto, que tenha outras possibilidades como o “SP No Ar”, queimado no passado recente pela falta de paciência.

Televisão é hábito e números são construídos com o tempo, mas uma versão matutina do informativo da tarde queima mercado, porque parece que é uma eterna repetição de matérias, por mais que as conduções de Passaia e Gottino, igualmente populares, se difiram em muitos aspectos. Assim, fica nítido que há espaço para a volta do “SP No Ar”, desde que a direção de jornalismo entenda que marcas devem ser construídas, consolidadas e preservadas. Se com dois meses, por exemplo, não funcionar, o projeto não pode ser descartado.

Por hora, não há qualquer desenho para a volta do informativo que foi de Luciano Facciolli, William Travassos, Luiz Bacci e André Azeredo, mas o mercado pede que algo seja feito para atrair anunciantes para a faixa matinal. Os cofres da emissora, pelos sinais recentes, não aguentam novas queimas de capital em produções que não entreguem o mínimo para a rede, que é uma vice liderança folgada. O fracasso do horário nobre, quando vier, pode refletir em investimentos noutros espaços vitais para a grade.