O filme brasileiro “Aumenta Que É Rock” faz uma excelente reflexão sobre o mercado do rádio brasileiro. A brilhante atuação de Jhonny Massaro dá ainda mais vontade de consumir a história da antiga Fluminense FM (94,9), que saiu de cena após encerrar sua parceria com o Grupo Bandeirantes de Comunicação.
O canal operou nessa marca por doze anos, até 1994. Depois, entraram como afiliados da Jovem Pan FM e em seguida houve um ensaio de retomada, até a entrada da Band News FM, no ano de 2005.
A emissora tem um legado a ser defendido. Criada por Luiz Antônio Mello, a emissora começou sua trajetória em 1982 com um elenco predominantemente feminino e com uma linha transgressora. O jornalista viu uma oportunidade de mercado na efervescência da criação de conteúdo renovada. Ele desenhou um projeto, junto com Samuca (George Sauma) e o que era para ser um programa virou emissora completa.
O longa é rico, cheio de nuances e pormenores. A cada cena, dá vontade de consumir mais e mais sobre a vida dessa emissora. Massaro tem uma visceralidade única nessa construção. A produção mostra, entre outras coisas, o embrião do festival “Rock In Rio”, criado por Roberto Medina.
Infelizmente a frequência hoje é ocupada por um projeto gospel. Após a saída da Band News Fluminense FM, a frequência foi arrendada pela Comunidade Cristã da Paz & Vida, que opera a Feliz FM. Desde 2018, a emissora cristã assume essa frequência.
Apelidada pelo público de “Maldita”, a emissora baseada em rock foi responsável por sustentar a resistência contra a ditadura militar. O filme precisa ser visto, revisto e reprisado à exaustão. Para que gestores atuais entendam o modelo empregado na antiga identidade da Fluminense FM. O dial atualmente é ocupado por uma denominação religiosa, que há alguns anos fez campanha pela não entrada de uma outra emissora comercial em São Paulo, por exemplo.
VIVA A FLUMINENSE FM.