A Record TV precisa ser cautelosa na escolha de sua próxima novela da tarde, qualquer passo em falso pode fazer a rede perder público no horário em que a emissora mais consegue abrir vantagem e consolidar a vice liderança na média-dia, naquela disputa de todos os dias com o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
No passado recente, o segundo lugar foi posto em cheque com escolhas deveras equivocadas, como os casos de “Escrava Mãe” (2016) e “Belaventura” (2017). Inclusive, eu fui um dos analistas que errou ao falar que a reapresentação da novela com Pedro Carvalho e Gabriela Moreyra daria certo.
Atualmente, a reprise estrelada por Guilherme Winter e Gisele Itiê tem 4,9 pontos de média geral na principal praça da Kantar Ibope Media. O próximo enredo precisa ser certeiro, para não conceder ao “Fofocalizando” ressurgir das cinzas, ainda mais com os recentes investimentos e o dobro de tempo.
Novelas como “Bicho do Mato” (2006), “Amor E Intrigas” (2007) e “Vidas Opostas” (2006) tem o tom popular necessário para fazer uma boa dobradinha com Reinaldo Gottino, titular e maior responsável pelo sucesso do “Balanço Geral”.
Uma outra boa pedida é “Vitória” (2014), que já foi cancelada duas vezes pelo canal com sede na Barra Funda. Os temas abordados por Cristiane Fridmann nessa trama são extremamente necessários e pela primeira vez em uma dramaturgia regular, uma personagem PCD ganhava o protagonismo.
Galã da emissora, Bruno Ferrari foi escolhido para viver a personagem e teve delicadeza e cuidado de se preparar da melhor forma para interpretar a protagonista do enredo. Além disso, temas como inclusão social e discussão sobre o nazismo, criminalizando essa prática, são marcas do folhetim.