O critério de reprises mudou

As reprises transmitidas em televisão aberta agora podem ter qualquer selo de classificação indicativa, graças a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que há seis anos decidiu derrubar a vinculação horária nos programas mostrados por Globo, Record TV, SBT e Band, para ficar no exemplo das quatro maiores redes do país.

Em 2017, meses depois da decisão, a Globo passou a exibir um produto inadequado para menores de doze anos na janela vespertina. A escolha inicial foi “Celebridade” (2003), sem cortes em seus primeiros meses.

Antes disso, as reprises de “Ribeirão do Tempo” (2010) e “Vidas Em Jogo” (2011) já haviam recebido o selo de inadequação nesta faixa da tarde, quando a rede da Barra Funda tinha relevância e audiência no espaço seguinte ao “Balanço Geral”.

Mesmo com a novela praticamente na íntegra, a audiência não reagiu e a rede estraçalhou uma história com potencial, como mostra o balanço feito na época da reprise pelo jornalista Rafael Nunes.

Quase um ano depois, a prática era considerada mais comum e as demais emissoras aderiram à esse expediente: Mas, ainda no mandato de Silvio de Abreu, nem mesmo o fracasso de “Belíssima” (2005), que se escoraria na Copa do Mundo, fez a emissora cortar uma cena que fosse, a não ser de um meme famoso nas mídias sociais e o tiro final da vilã.

Nesse período todo, as emissoras evoluíram consideravelmente: Seja a Globo produzindo histórias embasadas e maduras para a faixa das sete com “Bom Sucesso” (2019), ou o SBT, que por causa da pressão de sua audiência suspendeu os retalhos em “A Dona” (2010) na segunda reprise do enredo.