A Globo vive um problema no seu primeiro espaço de dramaturgia inédita, isso porque o horário das seis passa por uma crise de criatividade há algum tempo. O espaço repete uma fórmula que funcionou muito, mas hoje apresenta sinais de desgaste.
O último momento de criatividade plena foi com “Amor Perfeito”(2023), ainda que ela seja baseada em “Marcelino Pão E Vinho” teve bons momentos e nomes bem utilizados na construção de enredo e profundidade de personagens. Um drama que conseguiu chamar a atenção do público.
A nova versão de “Elas Por Elas” foi concebida para a faixa errada, o canal já assumiu essa falha de planejamento. Mas, a discussão vai muito além pois recursos batidos foram usados e até mesmo capacitismo, com a personagem de Matheus Solano foi visto.
O ponto alto fica na química entre Filipe Bragança e Rayssa Bratillieri, a construção feita por Lázaro Ramos para a sua personagem e o modo como ele conseguiu entregar uma parceria azeitada com Deborah Secco. A atriz Isabel Teixeira é outro destaque. Todos ali, por melhor que sejam, acabaram prejudicados pelo texto mal desenvolvido da história.
Para seu lugar, a emissora produz uma sequência de “Mar do Sertão” (2022), menos de um ano depois do seu fim. Mário Teixeira foi convocado e vai permanecer nesse universo, que lhe rendeu bons números no passado recente e ajudou a emissora a ficar perto dos catorze pontos na média-dia.
A emissora já se movimenta nos bastidores, porque faz uma oficina com roteiristas para abastecer justamente esse horário de novelas. Até o momento, o começo do horário nobre tem um jogo de cartas marcadas, com os mesmos novelistas se revezando nessa janela.
