A Globo vai usar receita de bolo em suas próximas novelas, isso quer dizer que a rede vai usar recursos que deram certo recentemente e reaproveitar nos enredos produzidos para o próximo ano. Seja o esqueleto de “Pantanal” (2022), com o mesmo protagonista em “Renascer”, que ganha o horário nobre em janeiro do próximo ano, ou em situações repetidas nas demais faixas.
O canal tem “No Rancho Fundo”, “A Vovó Sumiu” e “Conta Comigo” confirmadas para a faixa das seis e das sete, respectivamente, reprisando motes que conduziram “Mar de Sertão” (2022) e “Vai Na Fé” (2023), respectivamente nos últimos meses dos horários considerados secundários. Quem pensa um pouco fora da caixa é Daniel Ortiz, mas ainda assim ele tem elementos de outras produções, como “Máscaras” (2012) e “Suave Veneno” (1999). A situação de sumiço em uma viagem de navio, unida a trama de uma empresa familiar, que precisa ser tocada.
Cinco anos depois, João Emanuel Carneiro volta ao horário nobre reciclando histórias de “Segundo Sol” (2018) e “Todas As Flores” (2023), no que diz respeito ao mote de vingança. Mas, nesse caso, o novelista se repete desde que entregou “Avenida Brasil” (2012). Esse é o JECVerso, apelido concedido as tramas do novelista, que indiretamente tem alguma conexão por serem conduzidas por um mesmo fio e ou ponto de partida.
Mauro Wilson bebe na fonte de um dos maiores sucessos da faixa, em “Vai Na Fé” (2023), em uma condução um pouco mais tensa, depois de duas novelas que podem ser consideradas comédias rasgadas. A Globo age na zona de segurança, com medo de ousar fica copiando a si mesma e coloca o trabalho de criatividade em cheque. Seja por repetição de elenco, situações de personagens e sinopses pouco ousadas, mesmo depois da queda da restrição indicativa e fim da barreira de horário.