A Globo abriu mão da ferramenta que servia para revelar galãs, mocinhas, vilãs e vilãos para suas faixas de novela mais tradicionais, que são exibidas na faixa nobre da grade, entre seis da tarde e dez e meia da noite.
O desempenho de “Malhação” não era dos melhores nos últimos anos, principalmente a partir de “Vidas Brasileiras” (2018). Mas, mesmo de temporadas consideradas mais fracas, saem nomes interessantes como André Luiz Frambach, Daniel Rangel e Rayssa Bratillieri.
Ao abrir mão dessa ferramenta, o canal fica vulnerável e pode cometer erros como colocar influenciadores em novela das nove, sem o menor preparo. Em igual escala, pode-se comparar com o movimento de colocar o novato Ricardo Macchi para protagonizar “Explode Coração” (1995).
Dois anos depois, ele tinha a função de arrancar a roupa em “Por Amor” (1997) e causar rompantes de calor em Magnólia (Elizângela). Enquanto tinha base, a emissora sinalizava que ali a moçada podia errar mais, tentar e ousar.
Hoje, boa parte da equipe de vídeo que se vê no ar, saiu da novelinha teen. Não há mais espaço em rede aberta, mas o projeto poderia ser retomado, como um grande banco universitário para atores, autores, diretores e o pessoal que trabalha nos bastidores.
A história poderia ser retomada para o streaming, sem as amarras da classind e com a missão de revelar novos profissionais para os demais horários da emissora. Em televisão aberta, nos últimos anos a trama representou uma quebra de público.
Por que não, Globo?