Estrangeiros são necessários ao futebol brasileiro

A presença constante de treinadores estrangeiros no Brasil vai completar seis anos em pouco menos de dois meses. Naquela altura, em junho de 2019, poucos haviam se arriscado em trazer nomes de fora. Vez ou outra, um argentino aparecia em times como Corinthians e Internacional, por exemplo. Houve ainda experiência portuguesa, com a vinda de Paulo Bento ao Cruzeiro. 

O quadro começa a mudar com a chegada de Jorge Fernando Pinheiro de Jesus ao Flamengo. Por aqui, ele permaneceu pouco mais de um ano e logo regressou á terrinha, onde trabalhou no Benfica. Nesse período de seis anos, os dirigentes de um dos clubes mais populares do país tentaram replicar o sucesso, contratando outros quatro profissionais estrangeiros, mas sem o mesmo sucesso e impacto.

A passagem de Jorge Fernando, entretanto, deixou uma semente. Em novembro de 2020, a Sociedade Esportiva Palmeiras (SEP) tirava de um time grego, o PAOK, com o também português Abel Fernando Moreira Ferreira. Entre tantas mudanças e tentativas, ele é o único que permanece em uma mesma equipe, desde que chegou ao país.

Em seis anos, outros profissionais do mesmo país e de outras nacionalidades passaram pelos 40 principais times do Brasil, que compõem as duas divisões centrais por aqui. Diminuir suas importâncias e impactos é negar uma realidade, que berra a plenos pulmões. Via de regra, os treinadores brasileiros estão, sim, ultrapassados e superados. Há críticas pertinentes no que diz respeito a trabalhos de estrangeiros? Sim, mas em momento nenhum esses comentários podem chegar a linha da xenofobia, ou mesmo de arrogância, dizendo que o Brasil é autossuficiente.

A realidade atual do futebol praticado é de que num futuro não tão distante, alguém de fora vai assumir a Seleção Brasileira. Há bons profissionais em todos os países, aqui as discussões precisam ser mais sobre campo e bola e menos sobre o lugar de onde vem os treinadores que aqui estão.

O momento é esse, com demanda sobre isso. Quem quiser se adaptar, será bem vindo e pode ajudar na construção de um debate saudável e profícuo a respeito do tema. Quem quiser ser grosseiro e rude, por favor, mantenha-se fora dessa pauta.