Emissora aberta pratica autosabotagem

A grade do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) jamais teve equilíbrio como um todo, mas a adição da orquestra de André Rieu, em todos os horários possíveis e imagináveis é mais uma demonstração de fragilidade.

O mote de ordens do dono deve ser respeitado, por razões óbvias. Mas, a emissora não tem o mesmo brilho de anos anteriores e isso ficou ainda mais claro na homenagem pelos trinta anos do “Domingo Legal”.

A ousadia necessária para ser segunda colocada hoje não aparece nem em quem ocupa o posto, apesar do espasmo de vida com a reprise de um fenômeno no horário nobre. Mas, ainda assim, um recurso batido de reprisar algo na faixa mais cara da televisão brasileira.

Na prática, o problema não é só a dita “Orquestra que a Record e a Globo não tem”, mas em toda uma concepção de grade.

Outrora salvadoras, as novelas mexicanas hoje padecem por pura falta de cuidado da emissora. O jornalismo, tão maltratado, tem um espasmo de vida com o “SBT News Na TV”. Mas, na sequência vem uma maratona de mesmices com o batido “Primeiro Impacto”.

A rede tem no primeiro mês do ano 3,93 pontos de média e disputa na casa decimal o segundo lugar com sua contemporânea no papel de desafiante de mercado.