A reprise da novela “Maria Esperança” sai de cena pela terceira vez com apenas 54 capítulos exibidos na faixa do almoço. O fator edição prejudicou o enredo, que do dia pra noite foi dilacerado, sem mais nem menos.
O folhetim tem Bárbara Paz, Ricardo Ramoy e Tânia Bondezan como trinca central, inclusive poderia ser melhor explorada ainda mais na fase em que os delírios de Malvina, personagem da veterana se acentuam.
A pressa e o horário foram inimigos da história, que teria feito sucesso se fosse melhor tratada. Em sua última passagem pela grade vespertina, a trama da BILHETEIRA fechou com 6,8 pontos e com uma edição muito mais justa, contada em 86 capítulos, contra 97 da versão original.
O repeteco de 2015 é a prova de que a novela tem potencial, se colocada dentro de um contexto onde já se tenha a cultura de novelas. A atual reprise sai de cena com apenas 3,1 pontos de média e o maior crime cometido contra uma telenovela.
Exceção feita às reapresentações recentes de “Esmeralda” (2004) e “Carrossel” (2012), que foram retalhados sem qualquer justificativa razoável, não é mesmo?
Com uma edição mais honesta, a novela poderia ter chegado ao tão dourado sonho de Senor Abravanel, que é brigar com o “Balanço Geral”, mas desde que a grade em questão ajudasse. Sem planejamento, nada vai para frente.
Planejamento, inclusive, que é um termo caro e em extinção nas emissoras abertas, principalmente naquelas que pensam em resultados imediatos e começam a picotar suas novelas, em nome de alguns décimos na audiência. O problema é, em linhas gerais: Os referidos cortes, que são para atrair público, só afasta quem já acompanhava a novela e cria assim a má-fama nas emissoras.