CNN chega aos cinco anos de operação

O dia 15 de março é especial para o mercado do jornalismo brasileiro, porque no ano de 2020 entrou no ar a versão brasileira do maior canal de notícias do mundo: A CNN Brasil, que prometia muito e entregou quase tudo. Nesses cinco anos de vida, entre acertos, erros e mudanças de grade, muitas coisas podem virar objeto de análise dos pontos que constroem a emissora.

A relevância editorial é inegável, mas formatos como o “CNN Arena” e “O Grande Debate” depõem contra a história marca do jornalismo mundial. Um é negacionista ao extremo, tem formato beligerante e se apoia mais em comentaristas do que no excelente banco de análise criado pela emissora. Aqui, a famosa tríade das apurações parece estar um tanto distante. Nomes como Juliana Lopes e Vitor Irajá são mal aproveitados e a ancoragem de Leandro Magalhães deixa a desejar, porque precisa de algo a mais, principalmente num horário onde as concorrentes tem César Tralli e Reinaldo Azevedo.

O quarto estilo do embate de ideias encabeçado por José Eduardo Cardoso e Caio de Arruda Miranda é falho, desde sua concepção. Aqui, a responsabilidade não está em Basília Rodrigues, escolhida para apresentar o programa. Mas, sim pelo formato usado. Cardoso é uma das mentes mais brilhantes do país, poderia ser usado como analista de política, tranquilamente do canal de notícias. Miranda, por sua vez, tem um público muito específico, que poderia ser atendido em um projeto próprio nas mídias sociais.

Rodrigues deveria ser âncora em um jornal do fim de noite, como se tentou fazer com o “Agora CNN” em uma das fases da emissora, com a condução de Carol Nogueira. A rede de notícias não pode se dar ao luxo de entrar com conteúdo gravado quando as demais emissoras tem telejornais ao vivo no fim de noite. Caso pensem em outros nomes, há Clarissa Oliveira, Pedro Venceslau, Juliana Lopes e tantos outros.

Os pontos positivos dessa grade também devem ser ressaltados: A dobradinha entre “Bastidores CNN” e “CNN 360” é um deleite para quem gosta do noticiário político. Há gargalos nas faixas anteriores, dois jornais com três horas de duração me parece um tanto equivocado. Entre o jornal de Bergamasco | Pitta e o informativo central, liderado por Márcio Gomes, tem um enorme vazio, que poderia ser preenchido com outro formato, que não o do “Arena”.