CNN Brasil precisa de ajustes na grade

O canal de notícias CNN Brasil precisa de ajustes na grade e de maneira emergencial, o quanto antes, para tentar conter a fuga de público. Definitivamente, abrir o dia com um jornal maior, focado apenas em economia não funciona.

A temática do jornal é interessante e pode ser melhor explorada dentro dos demais programas, como a Globo News faz com o “Conta Corrente”, por exemplo, que perdeu o status de programa solo e foi desmembrado nos programas da casa.

Como a gente costuma dizer, sempre, televisão é hábito. Um informativo breve, com no máximo 90 minutos pode abrir a programação. Carol Nogueira, escanteada, poderia comandar esse informativo, que iniciaria junto com as concorrentes.

Na faixa seguinte, segue o “Novo Dia” com Rafael Colombo e Sthepanie Alves. Mas, reduzido, sem apelar para análises gravadas e ou conteúdo de gaveta. O traquejo de Colombo com informativos no horário garantem agilidade.

No meio da manhã, o “Live CNN” retornaria ao seu horário original, daquela primeira grade da emissora, estreada em 16 de março de 2020. Mas, agora com o comando de Daniel Adjuto que tem um bom trânsito na capital e Marcela Rahal, que tem uma evolução flagrante, desde que foi promovida ao posto de âncora, ainda na Record News.

Luciana Barreto e Sidney Rezende, nesse novo desenho, recuperariam a hora tomada do “Visão CNN”. Barreto é uma profissional completa, que entrega profundidade na notícia, porque ela pratica o que se chama de jornalismo sociotransformador. Sem dúvidas, sua postura na ancoragem inspira a todos que acompanham esse informativo.

O único programa que não precisa ser mexido é o jornal de Daniela Lima, que em duas horas e meia entrega absolutamente tudo e mais um pouco. Como foi dito aqui outro dia, Lima precisa apenas de uma bancada, como na fase inicial, para chegar no ar chutando a porta, com apurações exclusivas, bastidor e jornalismo feito na cara de quem assiste a emissora.

Elisa e Evandro poderiam permanecer nesse horário, com o formato que atualmente ancoram. A dupla demonstrou química nesses poucos meses e prova que foi um acerto tirar Vegnochi da faixa matinal, onde estava no “Novo Dia”.

Márcio Gomes tem muito recurso e pode segurar muito bem duas horas de jornal, num formato mais profundo, que vá além do superficial. Ele conseguiria enfrentar o “Jornal Jovem Pan” e o enfadonho “Em Pauta” com os dois pés nas costas.

Monalisa Perrone seguiria no formato atual, mais quadradinho, porém dando vazão aquele momento inicial, onde ela entregava tudo e literalmente chutava portas com informação exclusiva. Ela tem esse poder de equilibrar uma cobertura ao vivo com o arroz e feijão de um jornal roterizado.

William Waack propõe debates que levam ao pensamento, isso em momento de polarização é algo caro e raro. As discussões propostas por ele são de alto nível e envolve nomes como Caio Junqueira, Raquel Landim e Arbex, uma máquina de apurações.

A capital federal entraria em seguida, com um jornal ao vivo, focado em política e com um balanço do dia no conturbado cotidiano da rotina dos mandatários. E madrugada adentro, um formato similar ao antigo “SBT Notícias”, que pode ser o “NewsRoom” e ele funcionaria como uma grande universidade, que forma âncoras para as demais faixas.