“Apocalipse” tem problemas na RECORD

A segunda reprise da novela “Apocalipse” passa por um momento complicado nas tardes da RECORD, isso porque ao completar dois meses no ar a produção religiosa soma apenas 4,60 pontos de média geral na Grande São Paulo. 

O enredo criado por Vivian de Oliveira tem um rendimento 20,8% menor em relação a sua antecessora direta na faixa vespertina, isso representa algo muito maior do que uma queda de público. O espaço de reprises criado em 2014 tem sido ameaçado constantemente pela faixa de novelas inéditas da concorrente direta.

As novelas mexicanas assumiram um espaço menos importante na programação e conseguem brigar de forma complexa com esse tradicional espaço de reapresentações. O baixo rendimento deve acarretar em uma edição a jato no repeteco da Barra Funda. Para brigar novamente contra o horário inédito da Anhanguera, a emissora precisaria de uma novela popular, capaz de manter a plateia conquistada por Reinaldo Gottino no “Balanço Geral”.

O atual enredo não consegue conversar com essa plateia e já tem prejudicado de maneira ampla o rendimento do “Cidade Alerta”. A história que tem Sérgio Marone, Jussara Freire e Cláudio Gabriel no elenco vai ser rejeitada pela terceira vez. Quando foi produzida, a trama não caiu no gosto do público, o canal esperava repetir o sucesso de “Os Dez Mandamentos” (2015), mas experimentou algo muito mais similar ao que se viu em “Máscaras” (2012) do que qualquer resposta positiva.

Curiosamente, as duas apostas mais recentes de histórias da sua fase mais auspiciosa’ em dramaturgia mundana, fracassaram de maneira retumbante, por causa de uma edição criminosa em “Vidas Em Jogo” (2011) e “Pecado Mortal” (2013), produzidas em uma fase onde havia liberdade de criação e sucesso editorial e comercial junto ao público.

O retorno de uma novela popular como “Amor E Intrigas” (2007), por exemplo, seria fundamental na reconsolidação de um horário que foi parcialmente destruído pela ambição de uma das herdeiras de Edir Macedo. A primeira movimentação que fez ruir o público da tarde é uma escolha açodada, feita em 2020 para o lugar de “A Escrava Isaura” (2004). O que se viu dali em diante foi um processo de sabotagem interna, evidenciado ainda mais quando uma outra novela foi selecionada pela direção e descartada por Cardoso.

A emissora concederia mais uma chance para “Luz do Sol” (2007), reprisada em 2018 nesse mesmo horário. Mas, por decisão da herdeira, foram reprisadas novelas sem apelo como “Escrava Mãe” (2016) e “Belaventura” (2017), exibidas originalmente na segunda faixa de dramaturgia do canal paulista.

>> Com informações dos dados consolidados, no recorte dos quarenta primeiros capítulos dessa faixa de reprises desde 2022.