O retorno do executivo Carlos Henrique Schroder ao Grupo Globo funciona como uma enorme sombra para o trabalho de Amauri Soares, atual responsável pelo planejamento do canal líder de audiência em televisão aberta.
A vaga, entretanto, não será de Carlos. O sucessor já tem sido debatido nas internas. Mas, o ponto desta reflexão aqui é a quantidade de equívocos cometidos por uma gestão falha. Esse nome é de Manuel Belmar, profissional que toca os projetos do Globo Play
Desde os remakes que não deram certo, passando pela pasteurização de novelas. Até a troca na faixa matinal, que colocou o “Encontro” mais cedo, para fazer a transição do jornalismo para o entretenimento.
A Globo não sucumbe, porque é uma indústria que consegue absorver erros, ainda que alguns sejam consecutivos e insistentes. Entre eles, a profusão de remakes e principalmente uma linha pasteurizada de novelas, principalmente no espaço onde teoricamente entrariam comédias.
As duas últimas novelas da faixa parecem desafiar essa lógica da “receita de bolo”. Cláudia Souto soube se reinventar e entrou em “Volta Por Cima” (2024) seu melhor trabalho solo, com sobras.
Na semana inicial, “Dona de Mim” parece ser promissora. Mas, volta para a fórmula que deu certo em um passado recente. Ainda assim, parece ser mais crível e real do que a novela das nove. Dramas, tipos e histórias se alinham melhor com o público. A trama das nove, tem muito tempo, não consegue falar com o povo.
E nem vai chegar mais nos sonhados 30 pontos, porque a realidade de consumo da televisão é outra. Ou vai perder a liderança, para que isso aconteça, a segunda colocada precisaria profissionalizar de novo a sua dramaturgia, algo que foge da realidade do momento na Barra Funda. Porque, aposta em produtos segmentados.
A outra grande falha e essa muito mais visível é na escolha dos filmes exibidos em “Sessão da Tarde”. Mesmo sendo o recheio de dois clássicos da dramaturgia, a faixa não emplaca e parece querer tirar público da novela concorrente, sem conversar com quem assiste “História de Amor” ou “Tieta”. As médias na casa de um dígito forçaram o canal a se apoiar no jornalismo para uma entrega um tanto melhor para o “Vale A Pena Ver de Novo”, por exemplo.
O tamanho da Globo nunca será discutido; Ela é a maior emissora do continente, não corre risco de “falir”, como brada uma enorme corrente na internet há pelo menos sete anos. Mas, algumas decisões parecem um tanto equivocadas, até mesmo para quem tem tamanho e pode “errar” com alguma frequência maior.
>> Reflexão feita após a leitura de informações recentes sobre o mercado, divulgadas por NaTelinha e Notícias da TV