A realidade paralela em “Quatro Por Quatro”

O primeiro capítulo do ano de 1995 na novela “Quatro Por Quatro” começou com um recurso famoso do autor Carlos Lombardi. Ele usou um sonho do personagem Raí (Marcello Novaes) para inserir uma realidade paralela, onde o mecânico e a manicure Babalu (Letícia Spiller) tem uma série de filhos e não contam com dinheiro.

A sequência de cenas serviu para colocar a protagonista em contato com a cidade do interior onde seu grande amor está escondido.

Depois do pesadelo do mecânico, ele acorda para a realidade. Está como um encarregado de fazenda, onde divide cena com Déo Garcez, em uma personagem de figuração. O capítulo se desenvolve na sequência do pesadelo.

Ao fim daquele dia, os protagonistas se encontram e a manicure devolve ele ao Rio de Janeiro, com um apaixonado beijo eles retomam o envolvimento.

Quase 20 anos depois, em um especial de natal, o autor usou o recurso de realidade paralela em “Pecado Mortal” (2013), onde as personagens de Paloma Duarte e Fernando Pavão estavam casadas, ao passo que Simone Spoladore vivia em um relacionamento de aparências com o tipo defendido por Ricardo Duque.

De tempos em tempos, os grandes novelistas reciclam suas ideias e dão um sentido novo para as histórias. Em 1995, a ideia era fechar um dos arcos do casal protagonista, já em 2013, o recurso foi usado para mostrar ao público como seria a vida de Patrícia e Carlão se eles não se conhecessem.

>> Este texto surgiu com base na ideia do pesquisador Sebastião Uelington Pereira, amigo deste espaço e especializado em revirar o baú das emissoras quando o assunto é dramaturgia.