A novela errada em todo momento

A segunda reprise da novela “Apocalipse” começa apenas no fim do mês, mas é curioso que a RECORD opte por reapresentar a produção em momentos muito específicos. Em 2020, ela retornou ao ar em meio a pandemia da COVID 19. 

Um ano antes, a reapresentação de “Vitória” (2014) caiu em meio a repercussão de um massacre, ocorrido em São Paulo. A novela de Christiane Fridmann discute questões sociais, um dos núcleos era neonazista. O enredo entraria na segunda faixa vespertina, que chegou ao fim depois da exibição de “Os Mutantes” (2008).

O folhetim escolhido para a vaga de “A Terra Prometida” versa sobre um mundo completamente diferente, onde inundações, incêndios e até mesmo um arrebatamento ocorre. Nas vezes em que foi ao ar, a novela concebida para ser um novo fenômeno, foi uma enorme decepção em termos de audiência. Se a ideia era doutrinar, aí o papo muda de figura.

A história perdeu tanto o sentido, que no meio do processo Vivian de Oliveira foi retirada da história. A herdeira do bispo Edir Macedo assumiu a responsabilidade e conduziu praticamente todos os enredos desde então.

O canal teria outras opções, muito mais populares e que funcionaram em um passado não tão distante, para colocar na faixa seguinte a Reinaldo Gottino. Ou, poderiam fazer a justiça a um dos maiores casais da dramaturgia do canal, com Artur e Diana. Mas, a emissora parece querer esquecer que um dia foi popular, também em sua dramaturgia.