A ciranda dos treinadores no Brasil

A estabilidade de treinadores no Brasil nunca foi uma realidade consolidada. O cenário atual tem traços de constância, pelo menos na primeira divisão, isso porque a elite do futebol brasileiro está há três semanas sem demissões. O último a sair de um clube que disputa a Série A foi Léo Condé, no Vitória em 14 de maio. 

Para se ter uma ideia, o GE tem ferramenta que mostra o recorde de dias sem saídas, que é de 93. Isso em uma realidade paralela, que parece estar cada vez mais distante do atual momento do futebol nacional.

Os dados consolidados apontam para 21 dias de estabilidade, levando em conta apenas a Série A, ainda distante do recorde, registrado há anos. A constância dessas mudanças coloca o futebol brasileiro como um dos mais rotativos do mundo.

Quem vai na contramão dessa lógica, colhe algum tipo de fruto: Trabalhos mais longos, com tempo de maturação e consolidação tendem a ter resultados mais robustos. Com aproximadamente quatro anos de comando, Abel Fernando Moreira Ferreira tem dez títulos conquistados em 44 meses de trabalho na Sociedade Esportiva Palmeiras (SEP).

Seus principais rivais na capital paulista são adeptos do técnico-catraca, com menos tempo para desenvolver os trabalhos, seja no Jardim Leonor ou no Tatuapé, com São Paulo e Corinthians, que coincidentemente apostam em estrangeiros. Luiz Zubeldia e Antônio Oliveira são os respectivos ocupantes das casas-mata desses rivais pertencentes ao primeiro escalão do futebol brasileiro.

Outro nome que tem mais respaldo junto ao conselho de direção é Pedro Caixinha. O português soma expressivos dezoito meses de trabalho, assumindo em lugar do tão longevo quanto Maurício Barbieri, que ficou no cargo por dois anos e três meses em Bragança Paulista, na condução do Bragantino.

A troca constante de treinadores no Brasil parece ter arrefecido, mas a qualquer momento outro profissional pode ser demitido do cargo que ocupa atualmente entre os vinte clubes da Série A.

Os movimentos da segundona são mais comuns, como a saída de João Brigatti, para a chegada de Nelsinho Batista na condução da Ponte Preta, sediada em Campinas, no interior de São Paulo.