O SBT promete para março deste ano a maior e mais importante parte da reforma em sua grade. Quase duas décadas depois de um anúncio similar a esse, que ilustra o texto, a emissora vai mexer em suas faixas matinal e nobre, para frear o crescimento da Band.
No dia 11 de março, três estreias movimentam a grade: Os novos formatos de “Primeiro Impacto” e “SBT Brasil”, além da revista eletrônica “Chega Mais”, que promete brigar com a Record e romper com o que era apresentado até então na faixa.
Os públicos do programa popular e da nova revista eletrônica são diferentes, mas com essa mudança no mesmo dia, as coisas podem se ajeitar. Como um caminhão cheio de melancias, que precisa de tempo para que elas sejam recebidas e assimiladas.
Quem pega terra arrasada é César Filho, depois de nove anos no entretenimento da concorrente, ele retorna à Anhanguera para reformular o combalido “SBT Brasil”, que vive uma crise há anos, sem conseguir disputar público com “Cidade Alerta”, “Jornal Da Record” e “Jornal Da Band”.
A responsabilidade dessa crise não está nos apresentadores, tampouco nos repórteres. O informativo da rede controlada por Silvio Santos padece, porque tem seus maiores concorrentes nessa faixa e não consegue se destacar. O formato é linear demais, sofre com o telejornal do Morumbi e sequer consegue perceber a Barra Funda.
Márcia Dantas e Marcelo Torres estão mal aproveitados, engessados. A bancada é um local sagrado para qualquer departamento de jornalismo, ali se deposita o trabalho de um dia inteiro, quando falamos em um informativo de rede. A troca, pura e simples, parece pouco inteligente. Dantas e Torres poderiam ser potencializados e mantidos. Filho, por sua vez, deveria ser aproveitado em um formato diferente. Se o querem de fato em um noticiário, poderiam reavivar o “Jornal do SBT”, para a faixa seguinte ao programa de Danilo Gentilli.
A tripla reforma vem com a concorrência da Record consolidada e embalada. O canal que deve estar na mira é a Band. Na faixa matinal, a tarefa parece um tanto menos complicada. Mas, superar o telejornal de Adriana Araújo e Eduardo Oinegue não será simples, por conta da identificação do público com a marca e a agregada credibilidade e respaldo ao informativo do Morumbi, pelo simples movimento de colocar Araújo no horário nobre.